- Hell or Hallelujah
- Wall of Sound
- Freak
- Back to the Stone Age
- Shout Mercy
- Long Way Down
- Eat Your Heart Out
- The Devil is Me
- Outta This World
- All for the Love of Rock & Roll
- Take Me Down Below
- Last Chance
A banda Kiss acaba de colocar na praça o 20º disco de sua extensa carreira, “Monster”. Com este trabalho, o quarteto de Nova Iorque mergulha no lado mais visceral de sua sonoridade. Munidos com 12 canções de hard rock, o grupo resgata as suas raízes setentistas e dá um definitivo adeus ao som ‘farofa’ e cheio de sitentizadores dos anos 80.
É necessário frisar, antes de tudo e acima de qualquer coisa, que Paul Stanley e Gene Simmons – os mandatários da banda – não são mais garotos no ápice dos ’20 e poucos anos’. Portando, deve ser colocada em desuso a argumentação de que “a voz de Paul já não é mais a mesma”. A fração intelectualizada e cult da crítica especializada precisa entender que o tempo passa da mesma forma para todo mundo, inclusive para rock stars. Partindo desta condição, conclui-se que é inútil, quiçá insensato, esperar que os vocalistas veteranos tenham a mesma voz que tinham no início da carreira.
Produzido por Paul Stanley e Greg Collins, que trabalhou com o grupo no disco “Sonic Boom” (2009), “Monster” foi todo gravado de forma analógica. Nada de truques mirabolantes, isto é, o disco apresenta o Kiss em seu estado mais autêntico. No novo álbum, como sempre, o grupo optou por não dar espaço ao auto-tune ou às pedaleiras nas quais um comando acionado dá ao guitarrista um sorvete saboroso. O registro traz todos os ingredientes para se fazer um típico disco de rock: irreverência, espírito de diversão, riffs vigorosos e refrões poderosos. O CD cumpre com excelência o papel de fazer o ouvinte se imaginar, em um estádio lotado, curtindo um show da banda.
Comete um tremendo equívoco quem pensa que o guitarrista Tommy Thayer, o músico que ocupa o lugar que um dia foi de Ace Frehley, não passa de uma marionete nas mãos da dupla Stanley/Simmons. Com riffs encorpados e solos construídos com personalidade, Thayer brilha em todo disco. É quase impossível não tocar air guitar enquanto se escuta músicas como “All Long Way Down” e “Wall of Sound”. Tommy ainda se revela um bom cantor na setentista “Outta This World”, que é mais visceral do que muitas das músicas que, incessantemente, tocam nas programações das atuais rádios de rock.
Com mais acertos do que erros e apostando em uma sonoridade mais crua e natural, “Monster” apresenta canções niveladas e homogêneas. Faixas como “Back to the Stone Age”, “Shout Mercy” e “Last Chance”, inevitavelmente cairão nas graças dos fãs. Porém, o vocal do batera Eric Singer na festeira “All For The Love Of Rock & Roll”, acaba sendo a cereja do bolo e dando ao disco o charme ideal.
Por fim e não menos importante: “Monster” não é o melhor disco de rock de todos os tempos e nem tem tal pretensão. A proposta deste ótimo disco é apenas mostrar que é possível envelhecer com dignidade no show biz. Longa vida aos artistas que primam pela honestidade, confiam no próprio talento e dispensam usos de playbacks, auto-tune e todas outras parafernálias tecnológicas existentes.
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