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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Em novo disco, Kiss mostra como ser uma banda atemporal


  1. Hell or Hallelujah
  2. Wall of Sound
  3. Freak
  4. Back to the Stone Age
  5. Shout Mercy
  6. Long Way Down
  7. Eat Your Heart Out
  8. The Devil is Me
  9. Outta This World
  10. All for the Love of Rock & Roll
  11. Take Me Down Below
  12. Last Chance



A banda Kiss acaba de colocar na praça o 20º disco de sua extensa carreira, “Monster”. Com este trabalho, o quarteto de Nova Iorque mergulha no lado mais visceral de sua sonoridade. Munidos com 12 canções de hard rock, o grupo resgata as suas raízes setentistas e dá um definitivo adeus ao som ‘farofa’ e cheio de sitentizadores dos anos 80.
É necessário frisar, antes de tudo e acima de qualquer coisa, que Paul Stanley e Gene Simmons – os mandatários da banda – não são mais garotos no ápice dos ’20 e poucos anos’. Portando, deve ser colocada em desuso a argumentação de que “a voz de Paul já não é mais a mesma”. A fração intelectualizada e cult da crítica especializada precisa entender que o tempo passa da mesma forma para todo mundo, inclusive para rock stars. Partindo desta condição, conclui-se que é inútil, quiçá insensato, esperar que os vocalistas veteranos tenham a mesma voz que tinham no início da carreira.
Produzido por Paul Stanley e Greg Collins, que trabalhou com o grupo no disco “Sonic Boom” (2009), “Monster” foi todo gravado de forma analógica. Nada de truques mirabolantes, isto é, o disco apresenta o Kiss em seu estado mais autêntico. No novo álbum, como sempre, o grupo optou por não dar espaço ao auto-tune ou às pedaleiras nas quais um comando acionado dá ao guitarrista um sorvete saboroso. O registro traz todos os ingredientes para se fazer um  típico disco de rock: irreverência, espírito de diversão, riffs vigorosos e refrões poderosos. O CD cumpre com excelência o papel de fazer o ouvinte se imaginar, em um estádio lotado, curtindo um show da banda.
Comete um tremendo equívoco quem pensa que o guitarrista Tommy Thayer, o músico que ocupa o lugar que um dia foi de Ace Frehley, não passa de uma marionete nas mãos da dupla Stanley/Simmons. Com riffs encorpados e solos construídos com personalidade, Thayer brilha em todo disco. É quase impossível não tocar air guitar enquanto se escuta músicas como “All Long Way Down” e “Wall of Sound”. Tommy ainda se revela um bom cantor na setentista “Outta This World”, que é mais visceral do que muitas das músicas que, incessantemente, tocam nas programações das atuais rádios de rock.
Com mais acertos do que erros e apostando em uma sonoridade mais crua e natural, “Monster” apresenta canções niveladas e homogêneas. Faixas como “Back to the Stone Age”, “Shout Mercy” e “Last Chance”, inevitavelmente cairão nas graças dos fãs. Porém, o vocal do batera Eric Singer na festeira “All For The Love Of Rock & Roll”, acaba sendo a cereja do bolo e dando ao disco o charme ideal.
Por fim e não menos importante: “Monster” não é o melhor disco de rock de todos os tempos e nem tem tal pretensão. A proposta deste ótimo disco é apenas mostrar que é possível envelhecer com dignidade no show biz. Longa vida aos artistas que primam pela honestidade, confiam no próprio talento e dispensam usos de playbacks, auto-tune e todas outras parafernálias tecnológicas existentes.


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